A história do filho pródigo - que significa filho extravagante, desperdiçador - é uma das mais conhecidas da Bíblia e é considerada uma das mais bonitas já escritas em todos os tempos. Jesus conta essa parábola como uma reação aos fariseus e escribas, que questionavam sua maneira de lidar com pessoas pecadoras e excluídas da sociedade. 

É uma história muito rica, a partir da qual podemos refletir sobre o julgamento dos homens e o amor de Deus, a importância do perdão, o consumismo, a misericórdia de Deus, a reconciliação familiar, entre tantos outros temas.

Hoje vamos refletir sobre os três pecados do filho pródigo e por que esses pecados o afastaram e o mantiveram longe do pai. Certamente são três atitudes que também podem nos afastar do bem e do caminho de Deus.

Afastar-se deliberadamente de Deus (vers. 12)
Obviamente, é o pecado central e fonte de todos os problemas pelos quais o filho passou. Os cuidados do pai foram mal interpretados pelo filho, que achava ter sua liberdade ameaçada ao continuar naquela casa. O jovem é incapaz de sentir gratidão e respeito por sua história com o pai e, com o coração cheio de indiferença, pede sua herança para se afastar dele. Conforme o Catecismo da Igreja Católica, pecado é a falta ao amor verdadeiro para com Deus (CIC 1849). Quantas vezes nós também tomamos deliberadamente a decisão de nos mantermos afastados de Deus, porque a vida junto Dele parece incompatível com nossos desejos e nossos planos? Quantas vezes Deus só tem espaço em nossas vidas quando “cabe” em nossa agenda?
Conclusão: Manter-se perto de Deus por meio da oração e da Eucaristia é fundamental para não cairmos nas tentações, para não escolhermos caminhos vazios e nos afastarmos do que é essencial. 

Fazer más escolhas de atos e de companhias (vers. 13 e 14)
Logo depois de decidir se afastar do pai, o filho faz péssimas escolhas: decide ir para um país muito distante e esbanjar sua fortuna com libertinagem e devassidão. Ora, para viver dessa forma, certamente estava ao lado de más companhias. Isso fica comprovado no versículo seguinte: após esbanjar tudo, ele passou penúria. Certamente não havia nenhum amigo verdadeiro por perto para ajudá-lo. A vida longe de Deus nos faz tomar decisões erradas, escolher pessoas erradas para estar ao nosso lado e reforçar ainda mais nossos desejos imediatos por prazer em uma vida vazia. 
Conclusão: Somos muito daqueles com quem compartilhamos a vida. Precisamos escolher bem nossas companhias e buscar estar perto de pessoas que nos levem ao crescimento em todas as áreas de nossas vidas. 

Viver na sujeira (vers. 15 e 16)
Assim como o filho pródigo escolheu trabalhar junto aos porcos, para comer de sua lavagem, muitas vezes também preferimos viver na sujeira. Arrastamos para debaixo do tapete as sujeiras de nossas vidas: situações que precisamos resolver e vamos empurrando com a barriga. Pode ser uma reconciliação familiar, uma situação no trabalho, uma condição de saúde que precisa ser tratada, uma vida espiritual sem disciplina… Da mesma forma, vamos empurrando os hábitos que precisamos mudar: encontrar mais tempo para oração, moderar os temperamentos que fazem mal a si e as outros, estudar mais, ler mais em vez de passar tanto tempo nas telas etc.
Conclusão: Precisamos enfrentar nossos problemas, nossas desavenças, nossas dificuldades. Não devemos ter medo de enfrentar a nós mesmos e entregar toda a nossa vida a Deus, com tudo o que temos e somos.

Felizmente, a história não termina aí. O filho reconhece pela dor o tamanho da misericórdia de seu pai e decide fazer o caminho de volta. Não foi fácil: houve humilhação, um processo de cura, o caminho de volta, o pedido de perdão ao pai. Houve o reconhecimento de que a vida longe do pai não tinha valido a pena, que as escolhas foram totalmente erradas.

Então, tudo é selado e remediado com um forte abraço de pai. Que Deus possa abraçar você e sua família neste dia e em todos os dias em que você decidir voltar para Ele com o coração quebrantado!

Pergunta
1.    Como suas decisões afastam você de Deus?
  
4º PASSO = EVANGELIZAÇÃO | Nesta etapa da célula é muito importante recordar que cada membro é um discípulo e missionário, conforme a nossa “visão celular” e que devemos ao longo da semana evangelizar nas mais diversas formas que existe para se evangelizar, especialmente através do testemunho e com os seus Oikos.

5º PASSO = ENTREGA (Oração) | 10 minutos (orar pelas necessidades da Igreja, da célula, de seus membros e de pedidos apresentados na hora da oração). 

MEDITAÇÃO: Todos nós somos ou fomos este filho que retornou a casa do Pai. O filho não trocou a roupa ou tomou banho para ir ao encontro do Pai, mas foi do jeito que se encontrava, não escondeu a sua miséria ou a situação de pecador. Contudo se lançou nos braços do Pai com tudo que tinha. O Pai não condenou, nem rejeitou, somente amou. Deus nos trata assim, espera que nós venhamos ao encontro Dele como estamos; com a roupa suja de pecado, com a miséria que vivemos. A mesma atitude do Pai devemos ter para acolher os irmãos que virão e estão vindo ao nosso encontro. 

VIVÊNCIA: Tire um tempo nesta semana para se dirigir à capela do Santíssimo Sacramento e passar um tempo bem pertinho do Senhor, levando todas as suas misérias em busca de acolhimento e amor. Sinta o abraço do Pai!