Em todo tempo, evocamos a Santíssima Trindade em nossas vidas: ao começar o dia, ao começar a célula, no início e no final da Missa… Sabemos que Deus é um só em três pessoas - Pai, Filho e Espírito Santo.  Você já parou para pensar neste mistério? Já refletiu sobre o quanto este mistério nos ensina a voltar para o Senhor?

Começamos o estudo de hoje relembrando de um ocorrido com um santo da Igreja: São José de Cupertino. Certo dia, um bispo disse a Frei José, que na época era um Frei pastor de ovelhas em um convento franciscano, que tinha dificuldades em explicar a Santíssima Trindade. Ao ouvir isso, Frei José pegou sua capa de frio, a dobrou em três e disse: “É simples, veja... Uma capa só assim como uma só é a Divindade. E em três partes, assim como são três pessoas.”

É claro que esse entendimento não é tão simples assim. Mais do que explicar o mistério do Deus Trino, precisamos amar a Deus sobre todas as coisas, viver os ensinamentos de Jesus e clamar o Espírito Santo sobre nossas vidas. 

A Santíssima Trindade é fonte de amor
Santo Agostinho dizia que “Onde existe o Amor, existe a Trindade: um que ama, um que é amado e uma fonte de amor.”  Deus é amor. 
Sabemos que Deus é trinitário por Jesus Cristo: Ele (o filho) fala de seu Pai que está no Céu: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10, 30). Jesus também nos revela que Deus é amor, misericórdia e perdão. Ele ora ao Pai e concede-nos o Espírito Santo, que é o amor do Pai e do Filho. 
Se Deus fosse só e solitário, não poderia amar desde toda a eternidade. Iluminados por Jesus, encontramos sinais da Trindade de Deus tanto no Antigo Testamento e em até toda a Criação. Quando nós vivemos o amor verdadeiro a Deus e aos irmãos, manifestamos a existência e presença de Deus Trino em nós.

A Santíssima Trindade nos ensina a viver para os outros
O Papa Francisco nos ensina que “Celebrar a Santíssima Trindade não é tanto um exercício teológico, mas uma revolução em nosso modo de vida. Deus, em quem cada Pessoa vive para o outro, não para si mesmo, nos provoca a viver com os outros e para os outros”.
O Pai não O seria sem o Filho; da mesma forma, o Filho não pode ser pensado sozinho, mas sempre como o Filho do Pai. E o Espírito Santo, por sua vez, é o Espírito do Pai e do Filho. Dessa forma, a Trindade nos ensina que nunca se pode ficar sem o outro. Não somos ilhas, estamos no mundo para viver à imagem de Deus: abertos, necessitados dos outros e necessitados de ajudar os outros.
O Pai é exemplo de Amor. O Filho é exemplo de entrega. O Espírito Santo é nosso modelo de serviço, que sempre fala anunciando os outros.

A Santíssima Trindade nos ensina a contemplar a criação
Se é complexo compreender nosso Deus que se revela em três pessoas, mais fácil é enxergá-lo em toda a sua criação: na natureza e suas paisagens maravilhosas, no milagre do nascimento das crianças, nas pessoas que amamos e nos ensinam tanto sobre o amor de Deus. Em tudo o que Deus criou está Sua existência e Sua glória.

A Santíssima Trindade nos ensina a amar e a viver o Mistério Divino
Santo Agostinho teve, num dia que buscava à borda do mar aprofundar-se na Santíssima Trindade, uma experiência extraordinária: durante sua caminhada, de repente viu uma criança entretida a encher uma pequena concha e derramar a água do mar num buraco que abrira na areia. Ao vê-la, o santo pergunta:
- O que você pretende fazer?
- Quero colocar neste buraco toda a água do mar, respondeu a criança.
- Mas você vê bem que esse buraco é muito pequeno para tanta água, disse o santo.
- Mais fácil será eu colocar o mar neste buraco do que você compreender o mistério da Santíssima Trindade, finalizou a criança, segundos antes de desaparecer.

O ser humano, somente com a razão, não consegue deduzir que Deus é Uno e Trino. Sendo assim, devemos buscar formas de nos aproximar da verdade desse mistério, mesmo sem compreendê-lo de fato. Fazemos isso ao atribuir atividades para cada Pessoa Divina: Deus Pai a criação, Deus filho a salvação e o Espírito Santo, a santificação. Mas sempre lembrando que, quando um faz, todos fazem, onde um está, estão os três.
Mais que entender, é necessário viver o mistério. A profundidade nesse e em outros mistérios da Santa Madre Igreja não é atingida apenas por meio do conhecimento humano e racional. Deus já nos mostrou, por  Jesus e por outros personagens da história da Igreja (os santos, por exemplo) que Deus vem em nosso auxílio e nos faz chegar até Jesus, por meio do Espírito Santo.
Busquemos a cada dia aumentar a intimidade com a Trindade, nas orações e clamores a Deus, comungando o corpo e sangue do nosso Senhor Jesus Cristo e clamando ao Espírito Santo seus dons e carismas!

Perguntas
Como você vive sua experiência com a Santíssima Trindade no seu dia a dia?
Sua célula tem ajudado você a crescer em intimidade com Deus Trino?

4º PASSO = EVANGELIZAÇÃO | Nesta etapa da célula é muito importante recordar que cada membro é um discípulo e missionário, conforme a nossa “visão celular” e que devemos ao longo da semana evangelizar nas mais diversas formas que existe para se evangelizar, especialmente através do testemunho e com os seus Oikos.

5º PASSO = ENTREGA (Oração) | 10 minutos (orar pelas necessidades da Igreja, da célula, de seus membros e de pedidos apresentados na hora da oração). 

MEDITAÇÃO:  A Trindade é o sentido e a missão da Igreja, sacramento da unidade do gênero humano. Unidade da Trindade, pois a Igreja é reunida pela unidade da Trindade! Essa relação de amor, em vista da vivência da comunhão, revela-se para nós como fundamento e estímulo da prática da caridade fraterna e do apostolado. Já que o ser humano foi criado à imagem e semelhança divina, ou seja, criado à imagem e semelhança do Amor, tendo por fundamento e exigência essa verdade da Sagrada Escritura, devemos corresponder a essa participação na comunhão da Trindade com atitudes de transbordamento de amor.

VIVÊNCIA: Peçamos à Santíssima Trindade o dom da comunhão. O dom é graça de Deus, força do Alto que atua rompendo as barreiras e divisões, tendo em vista transformar os muros em pontes. Deixemos que o Espírito Santo nos convença e impulsione nas decisões e atitudes que fecundam, fazem florescer e frutificam a comunhão na Igreja.