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"Bom dia. Que a luz do amor de Deus brilhe sobre você hoje, enchendo seu coração de paz e esperança para enfrentar o dia. Que Deus te abençoe e proteja!" -
Por Andréia Alexandre - Equipe Jornalismo PASCOM
O nome de Ana deriva do hebraico Hannah (graça), ao passo que Joaquim significa, “Deus torna forte”, sempre do hebraico. Apesar de sobre Ana haver poucas notícias, e ainda mais, provenientes de textos não oficiais e canônicos, o seu culto está extremamente difundido tanto no Oriente quanto no Ocidente.
O culto aos pais da Virgem Maria foi tardio no Ocidente, com início tímido em torno de 900-1000, enquanto no Oriente Cristão, já no século VI havia manifestações litúrgicas relevantes, especialmente em ligação com as festas marianas, como a Conceição e a Natividade. Foi o papa Gregório XII que apontou, em 1584, a sua festa litúrgica para 26 de julho.
De duas figuras tão importantes na história da salvação, não há qualquer vestígio nos Evangelhos canônicos. Sobre elas fala amplamente o evangelho de São Tiago, um evangelho apócrifo do século II. As elaborações posteriores desse documento acrescentariam outros detalhes, que apenas a devoção ditava. Segundo essas fontes, Ana era uma israelita da tribo de Judá, filha do sacerdote Mathan, de descendência do rei David, personagem basilar da identidade judaica.
O evangelho de São Tiago narra que Joaquim, esposo de Ana, era um homem piedoso e muito rico, e habitava próximo de Jerusalém. Um dia, enquanto estava a levar as suas abundantes ofertas para o templo, o sumo sacerdote Ruben parou-o, dizendo-lhe: “Tu não tens o direito de o fazer, porque não geraste prole”. Joaquim e Ana eram esposos que se amavam verdadeiramente, mas não tinham filhos, e dada a idade, já não poderiam tê-los. Segundo a mentalidade judaica da época, o sumo sacerdote entreviu a maldição divina neles, pelo fato de serem estéreis.
Por causa do amor pela esposa, Joaquim não queria desposar outra mulher, para ter um filho. Magoado pelas palavras do sumo sacerdote, dirigiu-se ao arquivo das doze tribos de Israel para verificar a veracidade do que Ruben dizia. Tendo constatado que todos os homens piedosos e observantes tinham filhos, destroçado não teve coragem de voltar pra casa, e retirou-se para uma terra sua na montanha, e durante 40 dias e 40 noites suplicou a ajuda de Deus, entre lágrimas, orações e jejuns.
Ana também sofria por causa da esterilidade, a que se juntou o sofrimento pela “fuga” do marido. Por isso, entregou-se a intensa oração, pedindo a Deus para escutar as suas implorações de ter um filho. Durante a oração, aparece-lhe um anjo, que lhe anunciou: “Ana, Ana, o Senhor escutou a tua oração, e tu conceberás e darás à luz, e falar-se-á da
tua prole em todo o mundo”. Assim aconteceu, e após alguns meses Ana deu à luz. O evangelho de São Tiago conclui: “Decorridos os dias necessários, purificou-se, deu o peito à criança chamando-lhe Maria, (predileta do Senhor)”.
Os piedosos pais, gratos a Deus pelo dom recebido, educaram com amor a pequena Maria, que aos três anos foi conduzida ao templo de Jerusalém, para ser consagrada ao seu serviço, de acordo com a promessa feita por ambos. Depois dos três anos, Joaquim deixa de comparecer nos textos, enquanto que Ana é ainda mencionada noutros evangelhos apócrifos sucessivos, que dizem que viveu até aos 80 anos.
A primeira manifestação do culto no Oriente remonta ao tempo do imperador Justiniano, que fez construir em Constantinopla, uma igreja em honra de Santa Ana. A afirmação do culto no Ocidente foi gradual, tendo sido potenciada pelas numerosas relíquias trazidas pelas Cruzadas; a imagem de Ana encontra-se já no século V.
Joaquim foi deixado discretamente à parte durante longos séculos, e depois inserido nas celebrações em data diferente. Desde 1584 Joaquim foi recordado primeiro a 20 de março, depois, em 1788, no domingo da oitava da Assunção de Nossa Senhora; em 1913 estabeleceu-se a 16 de agosto, tendo mais tarde passado a ser evocado na mesma data de Ana, a 26 de julho pelos latinos no Ocidente.
Por ter trazido no seu ventre a esperança do mundo, o seu manto é verde, e por isso, na Bretanha a noroeste da França, onde há uma importante devoção, é invocada para a recolha do feno; por ter protegido Maria como joia num cofre. É padroeira dos ourives e tanoeiros; protege os mineradores, carpinteiros, marceneiros e torneadores.
Por ter ensinado a Virgem a limpar a casa, a cozinhar e tecer, é padroeira dos fabricantes de vassouras, dos tecelões, alfaiates, fabricantes e comerciantes de tecidos. É sobretudo padroeira das mães de família, das viúvas, e é invocada nos partos difíceis e contra a esterilidade conjugal. As parturientes dirigem-se a ela para obter de Deus, três grandes favores: um parto feliz, um filho saudável e leite suficiente para amamentar.
