Alberto Andrade - Equipe Jornalismo PASCOM
Cirilo nasceu no ano 315, de pais cristãos e bem situados financeiramente. Muito preparado, desde a infância, nas Sagradas Escrituras e nas matérias humanísticas, em 345, foi ordenado sacerdote.
Era uma época de muitas heresias, como o arianismo e o nestorianismo, causando profundas divisões na própria Igreja. Em 348, foi consagrado, bispo de Jerusalém. Ocupou o cargo durante aproximadamente trinta e cinco anos, onde passou no exílio em três ocasiões diferentes. Na primeira, o bispo Acácio acusou Cirilo de heresia. A segunda, o imperador Constâncio entendeu que Cirilo realmente era um simpatizante dos hereges, mas em sua defesa atuaram os bispos, Atanásio e Hilário, ambos Padres da Igreja assim como o próprio bispo Cirilo o é. A terceira, mais longa, porque o imperador Valente, este sim herege, decidiu mandar de volta ao exílio todos os bispos anistiados, fato que fez Cirilo peregrinar durante onze anos, por várias cidades da Ásia, até a morte do soberano, em 378.
O seu trabalho, entretanto resistiu a tudo e chegou até nossos dias e especialmente porque ele sabia ensinar o Evangelho, como poucos. Em sua cidade, logo que se tornou sacerdote e no início do episcopado era o responsável por preparar os catecúmenos, isto é, os adultos que se convertiam e iriam ser batizados. Foi nesse período que escreveu dezoito discursos catequéticos, um sermão, a carta ao imperador Constantino e outros pequenos fragmentos.
Treze escritos eram dedicados à exposição geral da doutrina e cinco dedicados ao comentário dos ritos Sacramentais da iniciação cristã . Assim, seus escritos explicam detalhadamente os "como" e os "porquês" de cada oração, do batismo, da crisma, da penitência, dos sacramentos e dos mistérios do Cristianismo, ditos dogmas da Igreja..
Cirilo também soube viver a religião na prática. Numa época de grande escassez, por exemplo, vendeu vasos litúrgicos e outras preciosidades eclesiásticas, para matar a fome dos pobres da cidade.
Ele morreu no ano 386. Sua canonização demorou porque, durante muito tempo, seu pensamento teológico foi considerado “vacilante”, como dizem os registros. Em 1882, o Papa Leão XIII, na solenidade em que instituiu sua veneração, honrou São Cirilo de Jerusalém, com os títulos de doutor da Igreja e príncipe dos catequistas católicos.