"Bom dia, “Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7). Que possamos lembrar que dar o perdão é também libertar o coração. Tenha um dia leve, cheio da graça de perdoar e ser perdoado." -
Por Gisele Croon – Equipe Jornalismo PASCOM
Albertina Berkenbrock nasceu dia 11 de abril de 1919, no povoado de São Luís, município de Imaruí no Estado de Santa Catarina. Filha de um casal de agricultores, Henrique Berkenbrock e Josefa Boeing fervorosos católicos oriundos de famílias alemães. Com eles ela aprendeu as verdades da fé, a rezar, a frequentar a igreja e a respeitar os mandamentos de Deus. Era devota da Virgem Maria e de São Luiz Gonzaga. Recitava diariamente o rosário com a família.
Cresceu em um ambiente simples, belo e cristão. Ajudava os pais nos trabalhos da roça e em casa. Era dócil, obediente, incansável, e paciente.
Sua caridade era grande. Gostava de acompanhar as meninas mais pobres, de jogar com elas e com elas dividir o pão que trazia de casa para comer no intervalo das aulas. Teve especial caridade com os filhos do seu assassino, que trabalhava na casa do seu pai. Muitas vezes Albertina deu de comer a ele e aos filhos pequenos, com os quais se entretinha alegremente.
No dia 15 de junho de 1931, um boi se perdeu pelos pastos. Albertina saiu à procura a pedido dos pais. De longe, Maneco Palhoça, avistou a menina e quando a mesma contou o que havia acontecido o homem lhe deu uma pista falsa para encaminhá-la ao lugar onde poderia satisfazer seus desejos sem chamar atenção.
Maneco falou o que queria e Albertina, decidida, não aceitou. Começou então, a tentativa do assassino de se apossar de Albertina, mas ela não se deixou. A menina era forte e tentou se defender. A luta foi longa e terrível. Ela não cedeu. Maneco, derrotado moralmente pela menina, vingou-se, agarrou-a pelos cabelos e a degolou. Seu corpo ficou manchado de sangue, sua pureza e virgindade, porém, ficaram intactas.
A cerimônia de beatificação de Albertina foi realizada em Tubarão – Santa Catarina. Contou com a presença do bispo local, Dom Jacinto Bergman; presidiu a cerimônia o cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. Estavam presentes cerca de 20 mil pessoas, na praça da Catedral de Tubarão, além de dezenas de bispos e sacerdotes.
“Albertina foi uma menina que ousou ser santa.” Foi com essas palavras que Dom Jacinto Bergmann, bispo da diocese de Tubarão – Santa Catarina -, referiu-se a ela na cerimônia de sua beatificação.
Por sua fidelidade até o extremo, foi beatificada em 2007 pelo Papa Bento XVI e continua sendo um sinal de Deus para a Igreja no Brasil.
A pequena comunidade de São Luis, em Imaruí, no sul catarinense, dispõe, desde 2013, de um local para apresentar aos inúmeros peregrinos a história da jovem mártir e para expor os ex-votos trazidos pelos fiéis que receberam milagres. A fama de santidade da beata atrai cada vez mais romeiros.
É um espaço aconchegante de acolhida para os peregrinos, dedicado a contar a história de vida e para colocar os objetos que pertenceram a Albertina. Antes da pandemia, mais de 500 peregrinos por dia eram recebidos no local, e o movimento chegava a quatro mil visitantes nos finais de semana.