A mensagem-chave das leituras de hoje é o perdão. É um grande mandamento para todo o cristão: perdoar sempre. Perdoar alguém que o maltratou ou ofendeu significa, por um lado, deixar de considerar a pessoa com desprezo e ressentimento e, por outro, ter compaixão dela, abrindo mão de qualquer ideia de revanche ou vingança.

Por que devemos perdoar? Poderíamos dizer de forma correta que o perdão nos cura - afinal, carregar o rancor e a falta de perdão no coração é como querer beber um veneno e esperar que o outro morra. Mas há algo ainda mais importante do que isso: Deus já nos perdoou em Cristo e essa é a grande razão para perdoarmos a todos os que nos ofendem. Deus jamais deseja se vingar de nós.  Quando transgredimos a vontade Dele e O ofendemos, Ele não reage com raiva, mas age com compaixão. Foi o que Ele fez ao enviar Seu filho Jesus para morrer pelos nossos pecados e reconciliar-nos com o Pai. 

Apesar de estarmos condenados pelos nossos pecados, Deus não executou apressadamente a sentença, antes ofereceu-nos o dom gratuito da vida eterna, um presente que nunca poderíamos ter merecido. Já que nosso Deus fez tudo isso por nós, também devemos perdoar livre e espontaneamente ao nosso próximo. Jesus deixou bem claro que devemos perdoar ao ensinar os seus discípulos: “Porque se vocês perdoarem as pessoas que ofenderem vocês, o Pai de vocês, que está no céu também perdoará vocês. Mas se não perdoarem essas pessoas, o Pai de vocês também não perdoará as ofensas de vocês.” (Mt 6,14-15)  
   
Mas como podemos viver plenamente o perdão, todos os dias de nossas vidas?

1 – Primeiramente precisamos ter consciência de que perdoar àqueles que nos ofenderam não é facultativo. Àqueles que foram e são perdoados pelo Senhor têm a obrigação de perdoar ao próximo (Lc 17,3-4; Mt 18,23-25).

2 – O perdão deve ser sincero, de coração, como disse Jesus em Mateus 18,35. É mais que simplesmente pronunciar as palavras: “Você está perdoado”. É querer oferecer às pessoas a mesma misericórdia que nós recebemos de Deus.

3 – A pessoa que perdoa tem a obrigação de fazer todo o possível para trazer de volta o ofensor ao caminho da obediência a Cristo (Lc 17,3; Gl 6,1).

4 – Perdoar àquele que me fez mal é mais um ato de vontade do que de emoções. Eu posso perdoar se eu quiser, como uma decisão, e não preciso esperar a raiva passar (se passar) para esquecer e perdoar. Devo perdoar ao irmão quantas vezes ele me prejudicar, quer me sinta ou não emocionalmente disposto a fazê-lo (Mt 18,21-22).

5 – Às vezes dizemos que “perdoar é esquecer” e, por não conseguirmos nos esquecer do mal que outra pessoa nos fez, acreditamos que é um caso perdido. Perdoar não é esquecer, perdoar é não alimentar o ressentimento que a lembrança da ofensa nos traz.

6 – Não precisamos esperar que o ofensor nos peça perdão. Devemos ter a iniciativa de perdoar mesmo que o outro nunca venha a nos pedir perdão. Deus nos perdoou na cruz sem que ninguém tenha pedido perdão. Cristo teve a iniciativa e, como seus discípulos, devemos fazer o mesmo.  

Conclusão: A vida em comunidade na célula pode ser um ponto de partida e de testemunho para todos. Quando todos os membros da célula estiverem dispostos a perdoar sempre, o amor mútuo será fortalecido e haverá paz e harmonia. Desta maneira, a paz interna da célula servirá de testemunho aos que ainda não encontraram Cristo, daquele perdão e daquela reconciliação que o Espírito de Cristo opera naqueles que creem.

Perguntas
1) Você tem facilidade para perdoar? 
2) O que a falta de perdão pode causar a nós e à nossa célula?

Meditação: Perdoar é ser libertado das coisas ruins, das amarras e ter o poder de mudar o rumo da nossa história. A paz se conquista sem rancor e sem ressentimentos. Que consigamos entregar ao Senhor tudo aquilo que é mágoa, rancor, ódio e revolta, sentimentos ruins que se encontram em nossos corações. Entreguemos também a Jesus tudo aquilo que é motivo de dor e padecimento, causados pelas traições, rejeições e humilhações. Entreguemos a Ele tudo o que aconteceu conosco ou que tenha ocorrido com a nossa família, e por conta dessas coisas, os sentimentos de rancor, vingança e ausência do perdão começaram a habitar nossos corações. Que o Senhor possa lavar o nosso coração, livrando-os de todas essas situações.

Vivência: Identifique com que pessoas e em que áreas de sua vida você tem dificuldade para perdoar. Tome a decisão de conceder o perdão para essas histórias, situações e pessoas. Em oração, coloque tudo no coração de Jesus.