A nossa Igreja, através do Catecismo, tem todo o ensinamento a respeito deste indispensável dom e alimento para a nossa vida espiritual: a oração. E para iniciar esta verdadeira e rica catequese a respeito, nos presenteia com as palavras de Santa Teresa do Menino Jesus: “Para mim, a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria” (C.I.C – 2558).

E ainda nos esclarece a respeito: “A oração é a elevação da alma a Deus ou o pedido a Deus dos bens convenientes”. De onde falamos nós, ao rezar? Das alturas de nosso orgulho e vontade própria ou das “profundezas” (Sl 130,1) de um coração humilde e contrito? Quem se humilha será exaltado. A humildade é o fundamento da oração. “Nem sabemos o que seja conveniente pedir” (Rm 8,26). A “humildade é a disposição para receber gratuitamente o dom da oração; o homem é um mendigo de Deus” (CIC- 2559). Que belo e profundo ensinamento!

Hoje temos a graça de termos a fé bem explicada que chega até nós através de diversas formas. E mesmo assim nossos padres, pregadores e formadores leigos e leigas sempre usam alguma comparação para esclarecer melhor ainda o conteúdo da fé. Imagine então na época de Jesus, onde o povo não tinha acesso aos meios que hoje temos e a doutrina cristã estava sendo ainda iniciada pela boca e vida de nosso Senhor. Por isso Jesus falava, pregava e ensinava muitas vezes em forma de parábolas e quando os seus discípulos pediram a Ele que os ensinasse a orar, Ele ensinou a belíssima e completa oração do Pai Nosso. Para explicar o que é a oração, como morar e a disposição interior para orarmos, Ele fez uso de algumas parábolas:

(ATENÇÃO: PARA QUE VOCÊ TENHA SUCESSO NA ASSIMILAÇÃO DO CONTEÚDO DOS ENSINAMENTOS DE JESUS SOBRE A ORAÇÃO NAS PARÁBOLAS É NECESSÁRIO QUE VOCÊ RESERVE UM TEMPO NA SUA CASA PARA LER COM CALMA AS PARÁBOLAS DESCRITAS A SEGUIR).

1) Para mostrar que devemos ser insistentes, importunos e perseverantes na oração Ele conta a “parábola do amigo importuno”, que insiste com Deus, mesmo a noite, para que seu pedido seja atendido (Lc 11,5-8).

2) Para mostrar que Deus atende nossa oração e atende para o nosso bem, tal qual os pais que sempre dão um jeito de atender os pedidos dos seus filhos, Ele nos fala na “parábola do menino que pede comida ao seu pai” e este pai não dá pedra nem escorpião, mas o pão que sacia a fome (Lc 11,9-13).

3) Para mostrar que devemos orar sempre e nunca esmorecer, nosso Senhor nos apresenta a “parábola da viúva e o juiz iníquo”, parecida com a parábola do amigo importuno, sendo a diferença desta a personagem, uma mulher (Lc 18,1-8).

4) Para mostrar como deve ser a nossa disposição interior quando formos nos apresentar diante de Deus para a oração, ou seja, com humildade e não como alguém que se julga melhor do que os outros, Jesus conta a “parábola do fariseu e do publicano” (Lc 18,9-14).

A oração precisa ser, na vida dos membros de células, um hábito, um costume, assim como foi na vida de Jesus. Ele sempre se retirava para estar a sós com Deus, conversar com Ele sobre a vida, Sua vontade e Seus planos. Na oração, primeiramente se deve louvar a Deus por tudo o que Ele é, pelo o que Ele fez e por tudo o que Ele fez por você, pela sua vida, pelo que você tem, pela sua família, seu trabalho, seus bens... E através deste louvor, deste agradecimento a Deus já acontece com você um “revigorar” interior, que tem até reflexo em seu corpo que ganha forças pela graça de Deus que te liberta pelo poder da oração do louvor.

Embora não seja possível explicar detalhadamente todo o conteúdo deste verdadeiro tesouro que são estas e outras parábolas, podemos tirar duas grandes lições de ao menos duas destas descritas no roteiro de hoje:

1) A bondade de Deus: Descrita na parábola do menino que pede pão ao seu pai. Jesus, para falar da bondade de Deus, compara a um filho que pede pão ao seu pai e jamais este pai lhe dará uma pedra, ou se pedir peixe ele lhe dará um escorpião, porque tal qual este pai conhece as necessidades de seu filho, Deus sabe o que é melhor para nós e preste bem atenção no final da parábola do menino que pede pão (Lc 11,9-13) no versículo 13: “Vocês, mesmo sendo maus, sabem dar coisas boas a seus filhos. Quanto mais o Pai que está no céu, dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem”. Veja que Jesus nos incita a pedir o melhor para nossa vida, não despreza o pão, peixe, ovo que, são claro, coisas boas, mas Jesus fala que o Pai quer nos dar o seu Espírito Santo.

2) A humildade diante de Deus e dos homens: A parábola do fariseu (que se achava melhor do que todos) e do publicano (tido como pecador e inimigo do povo por ser cobrador de impostos). As atitudes destes dois no templo para orar foram completamente opostas se comparadas as suas referências conhecidas. O fariseu que se achava melhor do que todos por pagar os dízimos e “seguir” a letra da lei se deixou levar pela arrogância, orgulho, soberba e por isso não foi justificado. O publicano, conhecedor de suas limitações, humildemente se colocava no fundo do templo, sequer se aproximava do altar, apenas exclamou: “Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!” Este voltou para casa justificado e em paz com Deus.

Perguntas

1) O que mais te chama atenção na parábola do amigo importuno? 

2) O que mais te chama atenção na parábola do fariseu e o publicano?